Uma vez, um anônimo me perguntou porque nós mulheres, sempre choramos quando lemos um texto que mistura amor e morte.
Eu respondi, porque temos medo que isso aconteça com nós, e porque é triste, e logo após pedi para ele se revelar, e sair do anônimo.
Um dia depois ele me perguntou se eu também tenho medo que aconteça comigo, ainda em anônimo. Eu apenas respondi sim e parei de pedir para que se revelasse, vamos parar de pressionar.
O certo anônimo parecia estar online pois no mesmo dia me perguntou que se quem eu amasse morresse qual seria minha reação eu respondi que não prefiro nem imaginar isso, mas apenas o diria se ele se revelasse.
Ele respondeu que só irá se revelar quando eu responder.
Antes que isso vire uma confusão virtual, eu acabei respondendo, que a partir do momento em que o meu amor não existisse, meu coração também não existiria, e eu iria ser fria e não conseguiria amar ninguém. E depois percebia que havia esquecido de dizer para ele se revelar de uma vez, e agora, não dava para voltar atrás.
Ele falou que só iria se identificar pessoalmente, e me mandou um endereço de um hospital. Eu não estava entendendo mais nada, e se isso fosse um trote ? E se fosse algo importante ?
Resolvi não arriscar, quer dizer, resolvi arriscar, agora não importa, o que importa é que eu realmente estou preocupada e vou encontrar este tal anônimo.
Quando entrei no hospital, não encontrei ninguém, informei meu nome para enfermeira que havia passado ali e ela me levou ao um quarto. Meu coração estava mais acelerado que nunca, não era um trote.
Entrei no quarto de cabeça baixa, olhos fechados, coração inexplicável. Dei mais um passo levantei minha cabeça abri os olhos, tudo parecia estar em câmera lenta. Quando o vi deitado, pálido, com milhões de fios em teus peitos, tua boca branca, tudo havia ficado insuportável. Eu comecei a chorar desesperadamente, apenas me joguei de joelhos ao chão e comecei a rezar mais que nunca, e cada lágrima que saia, assim como havia respondido nas perguntas, um pedaço do meu coração me deixava e eu ia ficando vazia.
Era como se eu estivesse surda, eu não ouvia ninguém, era horrível, eu apenas me lembrei de como era ouvir novamente quando ouvi uma voz suave e baixa :
- Pare, não chore por mim. Não sofra, você não merece, se me ama de verdade jura que não irá sofrer por mim ?
- Mas eu não te amo, eu sinto algo maior que o amor. Porém, esta tua promessa que me propôs não está válida.
- Não sofra por uma promessa, não sofra por mim.
- Do que adianta eu não sofrer por você, sendo que quem vai sentir dor vai ser eu ? Não se preocupe comigo.
- Se você sofre, eu sofro, se sente dor, eu sinto, se fica feliz, feliz eu fico.
- Chega, apenas me explique, o que está acontecendo ? - Eu disse ainda soluçando.
- Eu tenho câncer no coração, algo maligno.
Eu sai gritando pelo hospital chamando qualquer médico, quando encontrei um, eu disse que estava disposta a retirar meu coração e dar ao moço do quarto da onde eu havia saído, ele me disse que eu sou muito nova para fazer um transplante, e fechou a porta na minha cara. Voltei ao quarto dele.
- Como posso te ajudar ?
- Me amando.
- Mas eu ja te amo.
- Me ame mais.
- Como ?
- Sendo feliz por mim.
- Se eu posso te ajudar assim, apenas te proponho uma condição, me diga mais uma vez o que sente por mim.
- Eu te amo mais que tudo, na verdade, como você mesmo disse, eu não te amo, é algo inexplicavel, é algo maior que amor. Vou aprender a viver sem você, se você aprender o mesmo, vou continuar nos teus sonhos, vou fazer estas palavras gravarem em ti, vou estar sempre com o meu lábio ao teu.
Eu sorri, e mais lágrimas saiam do meu rosto, mas desta vez, meu coração estava concertado.
Me aproximei dele, e o dei um beijo. Então ouvi o aparelho apitar e uma linha vermelha corria plana em uma tela.
Assim como havia prometido, sorri chorando e gritei :
- Eu te amo !

Ooi :) eu li seu blog, achei muito lindo e muito legal, de verdade!
ResponderExcluirobrigada
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